"O NOME - Juca de Oliveira"









(Audío: "O NOME" - Interpretação Juca de Oliveira)


"O NOME"


Escolher um nome pr'um rebento que vai nascer deve exigir dos sergipanos um penoso e demorado contorcionismo mental. È o que concluo lendo os jornais de lá, que recebo regularmente, e nos quais encontro os nomes escolhidos para os filhos por engenhosos progenitores:
Anfilófio
Elisvânia
Josédisson
Elédison
Mirailton
Normélia
Marinaldo
Felantes
Joésia
Mimozélia
Dinal
Arivaldo
Elito
Uvieto
Cilibrina
Jácome
Ujaldino
Antom
Irasano, e por ai vai.
Em Sergipe são cada vez mais raros os João,
os José,
os Pedro,
os Miguel,
os Antonio,
os Manoel,
as Marias Lurdes,
as Ana,
as Izabel,
as Margaridas
Eu não sei porque se estabeleceu na minha terra de uns trinta anos para cá, que um sergipano não deve ter o mesmo nome de outro sergipano, e é a partir dessa premissa que nascem as barbaridades citadas:
Certa vez em Aracajú, ao iniciar uma conversa com uma moça, eu lhe perguntei o nome:
E ela: "Ahhhh... Meu nome é horroroso!"
-"Numa moça, tão bonita? Ahhh... Não acredito! Não pode ser..."
- "Mas é! Me chamo Helena!"
E explicou:
-"Minha mãe queria que eu me chamasse Josinélde, mas meu pai insistiu nesse pavoroso Helena que me mata de vergonha! Eu prefiro que você me chame de Helô..."




Joel Silveira

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