MANIFESTO COPROFÁGICO

(Foto: Claudia Wonder)

a merda na latrina
daquele bar da esquina
tem cheiro de batida
de botina
de rotina
de oficina gasolina sabatina
e serpentina
bosta com vitamina
cocô com cocaína
merda de mordomia de propina
de hemorróida e purpurina
merda de gente fina
da rua francisca miquelina
de teresina de santa catarina
e da argentina
merda comunitária cosmopolita e clandestina
merda métrica palindrômica Alexandrina
ó merda com teu mar de urina
com teu céu de fedentina
tu és meu continente terra fecunda onde germina
minha independência minha indiciplina
és avessa foste cagada da vagina
da América latina
SPIK [SIC]  TUPINIK
Rebel without a cause, vômito do mito
da nova nova nova nova geração,
cuspo no prato e janto junto com palmito
o baioque ( o forrock, rockixe), o rockão.
Receito a seita de quem samba e roquenrola:
Babo, Bob, prop, pipoca, cornflake;
take a cocktail de coco com cocacola,
de whisky e estricnina make a milkshake.
Tem híbridos morfemas a língua que falo,
meio nega-bacana, chiquita-maluca;
no rolo embananado me embolo, me embalo,
soluço – hic – e  desligo – clic – a cuca.
Suo luxo, chulo e chic, caçula e cacique.
I am a tupinik, eu falo em tupinik.

GLAUCO MATTOSO 

Nenhum comentário:

Postar um comentário