(Vídeo: "Um refletor cai, provoca ferimento e reflexões", Cia Téstis)
O teatro é uma caixa de surpresas, no palco o ator deve estar preparado para toda e qualquer eventualidade de modo a muitas vezes não deixar o publico á par da situação; esquecer as falas, ou um objetvo essencial para o desenvolvimento da trama, como uma ARMA, em uma cena de assasinato, por exemplo, pode trazer desfechos incríveis, e muitas vezes até, melhores que o original. Que ator nunca esqueceu a fala? Ou quem nunca cometeu um deslize á ponto de se incriminar o restante da peça? Pois isso, no teatro, é mais comum do que se pensa. Estava navegando no YouTube quando ví um vídeo que me surpreendeu... Intitulado: "Um refletor cai, provoca ferimento e reflexões", o vídeo mostra o exato momento de uma dessas eventualidades e a forma como o ator e todo o elenco lidaram com a situação... O fato ocorreu no dia 31 de Janeiro de 2010, durante a apresentação da peça "Odeio Teatro" do Grupo de Teatro Téspis no Centro de Convivência. Tudo ia muito bem quando UM REFLETOR CAIU ao fundo, nos bastidores, FERINDO o ator Victor Bastos que aguardava a deixa para sua entrada. (Não, não estou brincando... Isso aconteceu). No vídeo pode-se ver como apesar do susto, o elenco continua a peça ao mesmo tempo que tenta resolver a situação sem constrangimentos. Incrivelmente ironico, o título da peça é "ODEIO TEATRO", até parece, uma das muitas peçinhas de um grande quebra-cabeça de reflexões como o título do vídeo assim propõe... Imaginar que diante desse título [da peça], possa ocorrer um fato deste, é imaginar que o teatro e a vida são exatamente homogenios e que a 'arte' passa sua mensagem assim como o acaso da vida, digo isso porque ao se pensar no título dela logo concluímos que a peça defende com unhas e dentes os argumentos de uma pessoa que 'odeia teatro'. Seja pelas situações que só ele ocasiona, ou por motivos afins, pensando nisso é muito irônico imaginar que ao defender esse texto um ator possa servir de modelo á confabulações, isso porque ele por sí só prova que quem odeia teatro, tem sido ingrato com quem o faz. Não digo que deixar de odiar o teatro é uma saída, sou ator, acredito no direito de expressão e acima de tudo na publicidade dessa expressão, tanto acredito que posso, assim com a Cia Téspis fez, apresentar uma peça defendendo os argumentos desta pessoa que odeia o teatro... O que quero dizer é que o ator e a peça pensaram em todos que alí estavam, mesmo podendo estar prejudicando uma pessoa (o ator ferido). A cena mostra o quanto é que um ator se entrega á um personagem, mais que amar teatro, amamos e respeitamos a peça, seu desenrolar e o publico. Assistir esse momento e poder mostrá-lo aqui foi muito bom, isso porque não saberia como descrever as provações que diversos atores sofrem para fazer teatro, então quando digo que o publico que diz que 'odeia teatro' é ingrato, quero dizer que quem critica um ator (teatro) que sente dor pensando nele, é senão, alguém que não está disposto a sequer tentar amar, isso equivale á dizer que pode ser inclusive que esse 'publico' nem odeie de fato o teatro... Mas odiar é mais fácil que amar, reclamar é melhor e mais comodo... Sinceramente, criticar o teatro, me parece após assitir este vídeo, mais uma confirmação da recusa de um presente sincero... E nesse caso esse ato parece-me ainda INGRATIDÃO.
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